Tilápia
Agronomia

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INSTALAÇÃO DE TANQUES E VIVEIROS

Localização
Em uma represa, nascente, ou baixada onde haja controle dos fluxos de entrada e saída de água, você pode criar peixes. Os principais fatores a serem observados são:

• Tipo de solo
• Disponibilidade de água
• Topografia do terreno
• Proximidade do mercado consumidor
• Facilidade de acesso ao local.

Tipos de Solo
O tipo de solo indicado à construção de viveiros é o argilo-arenoso ou sílico argiloso com composição mínima de 40% de argila, pois não se encharca tanto como o argiloso e não é tão permeável quanto o arenoso.

Disponibilidade de Água
A quantidade de água necessária para o desenvolvimento da piscicultura é calculada observando-se a área e a profundidade do viveiro. No dimensionamento de um projeto deve considerar-se uma vazão suficiente para encher o maior viveiro em quatro dias , noventa e seis horas, e repor a água perdida pelos processos de infiltração e evaporação. Esta perda diária é da ordem de 1cm.

Tipos de Viveiros
Viveiro em piscicultura é um reservatório escavado em terreno natural, dotado de sistema de abastecimento e drenagem que permita encher ou secar em um espaço de tempo relativamente curto.

Os viveiros são divididos, de forma estrutural, em três tipos:
• Viveiros de barragem
• Viveiro de derivação
• Tanques

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DA ÁGUA
As características físicas e químicas da água são fundamentais para os organismos que nela vivem, pois determinam as condições ambientais que favorecem o crescimento e a sobrevivência de espécies vegetais e animais aquáticos.

As variações mais importantes que devem ser monitoradas em cultivo de peixes são:
Temperatura
A temperatura exerce profunda influência sobre a vida aquática e desempenha papel preponderante na alimentação, respiração e reprodução dos peixes. Ela também influência diretamente na disponibilidade de oxigênio dissolvido regulando o apetite dos peixes. Daí a vantagem das regiões tropicais para a piscicultura, uma vez que nelas os peixes comem praticamente durante todo o ano.

pH
É a medida que expressa se uma água é ácida ou alcalina em escala que varia 0 a 14. O pH intervém freqüentemente na distribuição dos organismos aquáticos. A respiração, fotossíntese, adubação, calagem e poluição são fatores capazes de alterar o pH na água.

Oxigênio dissolvido
O oxigênio da água é proveniente da atmosfera e dos vegetais que ocorrem submersos e que liberam o oxigênio através da fotossíntese. O oxigênio é consumido pelos animais (como os peixes) pelos vegetais (algas e plantas aquáticas submersas) e também, pelo processo de decomposição da matéria orgânica.

Turbidez
As águas naturais não são puras e apresentam uma série de materiais dissolvidos e em suspensão, tais como partículas de argila, detritos orgânicos e os próprios microorganismos que vivem na água.
Esse conjunto de materiais dispersos na água reduz a penetração da luz, impedindo que grande parte atinja as camadas mais profundas. Este efeito de redução de luz ao atravessar a coluna d'água é chamada de TURBIDEZ.

Sais Dissolvidos
Muitas substâncias encontram-se dissolvidas na água. Enquanto algumas são essenciais para a sobrevivência dos organismos, como o nitrogênio e o fósforo, outras são tóxicas, como a amônia, e provocam mortalidade e insucesso nos cultivos.

Manejo dos peixes nos viveiros
A produtividade de um viveiro de peixe depende basicamente das técnicas de cultivo empregadas, das espécies criadas, da disponibilidade e qualidade da água, das condições de solo, assim como do maior ou menor grau de dedicação do produtor ao cultivo.

Tipos de cultivo
A capacidade de suporte de um viveiro depende da qualidade da água e do teor de oxigênio dissolvido que ela contém.

· Monocultivo
Neste sistema somente uma única espécie é criada. No Brasil, este tipo de sistema na maioria das vezes, apenas é praticado onde não existe oferta de alevinos de diferentes espécies uma vez que as fontes de alimentos existentes no viveiro ficam subtilizadas por não fazerem parte do hábito alimentar da espécie cultivada

· Policultivo
Praticada quando mais de duas espécies de peixes com hábito alimentar diferente são cultivadas no mesmo viveiro, explorando melhor as fontes de alimento existentes.
Neste tipo de sistema deve-se estabelecer a densidade de estocagem dos viveiros e a proporção relativa ideais das espécies - principal ou secundária - a serem neles criadas buscando uma maior produtividade.

Calagem
Por calagem se entende a aplicação de calcário dolomítico ou cal virgem, de forma homogênea, no fundo limpo e seco do viveiro para:
· Realizar assepsia contra ovos e larvas de predadores e parasitas;
· Corrigir o pH do solo ou da água;
· Corrigir a turbidez causada pela mineralização da matéria orgânica;
· Melhorar a produtividade primária dos viveiros.
A calagem provoca a elevação do pH, aumenta o teor de alcalinidade e a dureza da água, o que torna mais saudável a vida dos microorganismos e dos peixes nos viveiros. A calagem interfere nas características físicas e químicas do solo do fundo dos viveiros, provocando melhor aproveitamento dos fertilizantes orgânicos e minerais.

Adubação
É uma técnica utilizada para incrementar a produção de alimento natural no meio aquático ou seja, através da adubação nós forneceremos às algas, que são as mais importantes produtoras de matéria orgânica de um viveiro, elementos básicos necessários à fotossíntese - processo através do qual as plantas clorofiladas - fitoplâncton - transformam materiais inorgânicos (compostos de carbono, fosfato e nitratos), em materiais orgânicos (proteínas, hidratos de carbono, gorduras, vitaminas etc.), na presença da energia solar e da água
Os adubos mais utilizados na piscicultura são os orgânicos.

Alimentação
Para se obter sucesso na piscicultura é fundamental a administração de uma alimentação adequada aos peixes. A alimentação tem efeito direto na sobrevivência, no crescimento e na produção.
O alimento dos peixes necessita conter proteínas, hidratos, vitaminas, minerais etc.. Sem estes elementos os peixes não crescem.
Existem dois tipos de alimentos:
• Natural;
• Artificial.
Os alimentos naturais são aqueles produzidos no viveiro e que são consumidos pelos peixes.
Exemplos de alimentos naturais:
_ Fitoplâncton - algas
_ Zooplâncton - microorganismos animais
_ Matéria orgânica morta.
Todos os organismos que vivem em um viveiro, direta ou indiretamente, participam da produção de carne de peixe.
Os alimentos artificiais são as rações balanceadas para peixes ou similares, extrusadas, peletizadas ou em pó e todos os subprodutos agropecuários locais que o piscicultor possa oferecer aos peixes, a exemplo de raízes, grãos e farelos, verduras, legumes e frutas.
Os peixes crescem mais rapidamente quando há disponibilidade de alimentos. O crescimento pode paralisar quando há escassez de alimentos, sejam eles naturais ou artificiais.

ALIMENTO CRESCENTE - MANTEM O CRESCIMENTO CONTÍNUO DOS PEIXES
ALIMENTO DECRESCENTE - PERDEM PESO E ENFRAQUECEM

O alimento artificial deve ser administrado diariamente na quantidade de 3-5% da biomassa dividido em duas refeições, durante pelo menos 5 dias por semana, de preferência no mesmo local e às mesmas horas do dia (pela manhã e final da tarde).
A quantidade de alimento a ser administrado é calculada através da biometria mensal de uma amostra da população de peixes de um viveiro, que são capturados através da utilização de rede ou tarrafa.
Quando da utilização de subprodutos na alimentação, o piscicultor deve observar a quantidade ofertada e a quantidade consumida, de modo que não haja excesso de alimento artificial no viveiro de um dia para o outro pois o acúmulo de matéria orgânica traz mais desvantagens do que vantagens.
A forma de preparo dos alimentos e a sua distribuição são fatores importantes.
Para pós-larvas e alevinos a ração, em forma de farinha, deve ser distribuída ao longo das margens dos viveiros.
Para peixes de 10 a 50 gramas, as raízes, grãos, verduras, frutas e sementes devem ser oferecidas em pequenos pedaços de modo que o peixe possa abocanhar.
Uma boa prática é deixar as sementes, raízes e grãos de molho pelo menos 24 horas antes da distribuição.




Taxa de Estocagem nos Viveiros
O número de alevinos adequado para se povoar um viveiro depende de diversos fatores dentre os quais destacamos os mais importantes:
• A boa qualidade do solo e da água
• Disponibilidade de adubo orgânico e inorgânico
• Disponibilidade de subprodutos na propriedade e de recurso para aquisição de ração
• Tipo de cultivo adotado considerando a produção final que deseja o piscicultor obter com seus peixes.
A densidade de povoamento dos peixes normalmente ocorre de acordo com o tipo de cultivo.
Cultivo extensivo - 1 peixe para cada 10m2;
Cultivo semi-intensivo - 5 peixes para cada 10m2;
Cultivo intensivo - 1 a 3 peixes por metro quadrado.
Na utilização de tanques-rede para criação de machos de tilápia são estocados de 50 a 100 alevinos/m3 em gaiolas de volume maior que 5m3. Para gaiolas pequenas (mais eficientes por unidade de volume devido a maior facilidade para a troca de água) a taxa de estocagem pode chegar até 300 alevinos/m3. A produtividade varia de 50 a 150kg de tilápias/m3.




fonte: www.ceplac.gov.br



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