Agronomia
Problemas Encontrados pelos Fosfatados quando Aplicados no Solo
Os fertilizantes fosfatados comercializados, com o objetivo de fornecer fósforo para as plantas, apresentam compostos de fósforo de grande solubilidade em água. Aplicados no solo, os grãos de fosfato reagem em solos úmidos e liberam de maneira imediata o fósforo - é uma disponibilidade imediata. Por casa disto, o fósforo contido nos grãos move-se apenas a pequenas distâncias no solo, a partir do ponto de aplicação. Geralmente esta distância é menos de 2 cm. Assim sendo, o volume de solo que foi enriquecido com a aplicação de fósforo é pequeno. Este volume tende a ser ainda menor quando se faz a aplicação de fosfatos no sulco em relação à aplicação a lanço.
O teor de solubilidade também influi sobre o volume de solo que foi afetado
pela aplicação destes fertilizantes. Comparando dois fertilizantes fosfatados, um de alta solubilidade com 80% de P2O5 solúvel em água e outro de baixa solubilidade de 16% do P2O5 solúvel em água, verificamos que naquele (alta solubilidade) o volume de solo é muito maior do que quando utilizado o de baixa solubilidade. Nos fosfatos de grande solubilidade, a zona de difusão será muito maior.
Afora isto, os fosfatos encontram no solo diversas situações que podem determinar uma baixa no seu grau de eficiência. Entre estes problemas encontramos:
RETROGRADAÇÃO DO FÓSFORO
Ele é comum em solos com alto teor de cálcio (Ca) em forma livre de carbonato de cálcio. A retrogradação converte o fósforo solúvel em uma forma tricálcica que não é aproveitada pelas plantas. Na obtenção de fosfatos solúveis, a indústria de produção de fertilizantes utiliza um fosfato natural (fosfato tricálcico) que é atacado por ácidos fortes para transformá-lo em fosfato solúvel prontamente disponível e assimilável pelas plantas. Portanto, quando o agricultor aplica fosfatado junto com calcário, ele está promovendo a volta do fósforo solúvel de alta disponibilidade para uma forma de fósforo tricálcica de baixa solubilidade. Dinheiro posto fora, que vai doer no bolso daquele que realiza esta prática. É claro que este fósforo não fica perdido no solo para sempre, mas ele vai sendo atacado por ácidos fracos do solo, pelos micro-organismos do solo, pelos exsudatos ácidos liberados na ponta das raízes. Mas a sua disponibilidade de imediato, quando feita a aplicação no solo, é prejudicada.
FIXAÇÃO DO FÓSFORO
Isto se verifica nos solos ácidos e devido a presença do alumínio (Al) e do ferro (Fe). Esta fixação contribui para diminuir a eficiência dos fosfatos aplicados no solo, diminuindo o teor de fósforo que seria aproveitado pelas plantas. Por isto que se diz que em solos de condições ácidas - pH baixo e presença de Al e Fe - do total de fósforo aplicado no solo, as plantas aproveitam apenas 20 a 30%, limitando a eficiência agronômica destes adubos e a produtividade das plantas em grãos e frutos. O solo onde predomina a argila caulinita, com uma relação 1:1 entre a sílica e o alumínio, é uma outra maneira de fixação e dificulta a recuperação do fósforo pelas culturas.
Uma formulação de fertilizante contém, em geral, mais teores em garantia de fósforo do que nitrogênio e potássio. Por exemplo, formulações do tipo 05-30-15, 04-14-08, 10-30-10, 06-24-12, etc. Por outro lado, as plantas extraem mais nitrogênio e potássio do que fósforo. Mas como minimizar esta fixação do P no solo. A melhor prática, nestas condições, é o produtor fazer a calagem. Com a aplicação do calcário os íons OH- tomam lugar dos íons de fósforo e liberam o fósforo para a solução do solo.
Portanto, nos solos ácidos, ricos em Al e Fe, a calagem torna-se um imperativo, se o agricultor quer alcançar altas produções. Caso contrário, é colocar dinheiro fora com a compra de fertilizantes e aplicá-los em solos nestas condições. O intervalo entre a aplicação do calcário e um fertilizante fosfatado solúvel deve ser de 30 dias. Primeiro o calcário, depois o fosfato.
Para saber a quantidade correta de calcário o produtor deve fazer a análise do solo, coletando uma amostra média de diversos lugares da lavoura na camada de 0-20 cm e mandar para um laboratório credenciado para proceder a análise.
Com o resultado da análise do solo, o produtor deve consultar a assistência técnica que lhe recomendará a quantidade correta de calcário e a quantidade de adubo e qual formulação. Porque ao aplicar calcário sem análise do solo, você corre perigo de aplicar de menos ou aplicar em maior dose. A aplicação de calcário em quantidade maior do que realmente o solo precisa provoca o que se chama supercalagem, que traz prejuízos para o solo e para absorção de macro e micronutrientes.
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