Agronomia
Supercâmera monitorará a Amazônia do espaço
Redação Terra
Ela só começará a trabalhar de fato em 2001. Mas já está gerando comentários na Comunidade Científica. Trata-se da câmera Mux, que acaba de ser entregue aos cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São Paulo, e deve se tornar uma eficiente arma para ajudar na fiscalização e na preservação da Amazônia. A Mox não está sendo chamada de ?supercâmera? à toa. O equipamento, que monitorará a selva amazônica a bordo de satélites a cerca de 800 quilômetros de altitude, pesa 120 quilos e é capaz de identificar, do espaço, objetos de 20 metros.
Por tudo isso, uma câmera Mux - de fabricação 100% nacional - custou pouco mais de R$ 14 milhões, incluindo projeto, desenvolvimento e fabricação. Como o Inpe encomendou seis unidades da supercâmera, o centro de pesquisa teve de investir cerca de R$ 85 milhões no projeto. As câmeras serão integradas a satélites do programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite - Satélite China-Brasil de Recursos Terrestres), projeto espacial feito em parceria pelos dois países.
A previsão é de que dois satélites CBERS sejam lançados até 2014 - o primeiro deles, em 2011 -, sendo que cada satélite irá ao Espaço com quatro supercâmeras: duas brasileiras e duas chinesas. Os CBERS conseguem dar um volta inteira ao redor da Terra em cerca de 1 hora e 40 minutos e suas câmeras ajudarão os pesquisadores a monitorar desmatamentos na Amazônia, queimadas, expansão urbana, o avanço agropecuário e a gerenciar os recursos naturais da maior floresta tropical do mundo.
Numa decisão pioneira nesse tipo de projeto, o Inpe decidiu disponibilizar gratuitamente as imagens que serão captadas pelas câmeras Mux, com o objeto de tornar públicas as informações por elas geradas. A política de acesso livre a essas imagens tem estimulado outros países, como os Estados Unidos, a fazer o mesmo. Além de colaborar para a preservação da Amazônia e produção de conhecimento, o projeto CBERS traz outras duas grandes contribuições ao país: fortalecer a indústria espacial nacional e gerar empregos num setor de alta tecnologia
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