Recuperação de Solos Degradados
Agronomia

Recuperação de Solos Degradados


Recuperação de Solos Degradados







Solos degradados são aqueles que sofreram transformações físicas, químicas e biológicas, devidos às alterações climáticas. A degradação do solo provoca uma diminuição da sua capacidade de produzir, principalmente pela ação da erosão e pelo uso  indevido  dos  solos  agrícolas. Estes solos apresentam baixa fertilidade motivada pela exportação de nutrientes pelas colheitas e às perdas dos mesmos por volatilização, lixiviação, não havendo, em muitos casos, a reposição dos elementos essenciais às plantas. 
A compactação do solo, a redução do teor de matéria orgânica, as queimadas, a monocultura, o uso incorreto de corretivos do solo e de fertilizantes são outras fontes importantes para causarem a degradação dos solos agrícolas. Quando se tem um solo degradado devemos pensar em recuperação do mesmo. Criar condições para aumentar a sua fertilidade, a sua proteção, o aumento das propriedades biológicas, criando condições propícias para o desenvolvimento das plantas e o retorno da produtividade. O produtor conta com recursos de crédito facilitados pelos diversos Programas de Investimento para Agricultura no Brasil; são os programas ABC, PRODUSA, MODERINFRA, PRODECOOP, PRONAMP e tantos outros, para o manejo de práticas na recuperação de solos degradados e aumentar a fertilidade dos mesmos. São várias as práticas a serem utilizadas para recuperar um solo degradado.
1. Utilização de espécies florestais
Na utilização de espécies florestais para recuperação de solos degradados, as árvores devem apresentar um crescimento rápido e que deixem no solo um bom teor de matéria orgânica e de biomassa. Um solo pode manter a sua capacidade de produzir pelo teor de matéria orgânica que ele apresenta. Uma recuperação assim feita, apresenta uma série de vantagens: liberação de nutrientes para a solução do solo, melhoria nas condições físicas, aumento na capacidade de troca de cátions (CTC). Sabe-se que 95% do N do solo encontra-se nos resíduos orgânicos, ou seja, na matéria orgânica.
No reflorestamento, em solos degradados, parte do CO2 atmosférico é retirado do ar pela fotossíntese, e armazenado sob a forma de compostos orgânicos, quer seja na massa vegetal quer seja no solo. A maior liberação de gás carbônico (CO2) se verifica na camada do solo de 0-20 cm, em virtude dos micro-organismos existentes em grande quantidade, bem como a concentração dos sistemas radiculares das plantas, cujas raízes absorvem os nutrientes.
2. Recuperação de pastagens degradadas
Nas áreas com pastagens degradadas, o plantio de árvores também é recomendado, principalmente naquelas áreas onde a paisagem já se transformou em verdadeiros"desertos". 

As florestas cobrem o solo e, ao longo dos anos, recuperam a área degradada, além de proporcionar uma rentabilidade para o produtor. É claro que o produtor deve investir dinheiro no plantio das árvores para colher os resultados no sexto ou sétimo ano, quando a madeira estará pronta para ser vendida.
3. Rotação e diversificação de culturas
A monocultura é uma das principais causas na degradação do solo. O constante preparo do solo, com o emprego de máquinas e implementos agrícolas acelera a compactação do solo: daí se origina a erosão, provocada pelos ventos e água das chuvas, levando terra e nutrientes importantes e necessários ao desenvolvimento, crescimento e produção das plantas. Há uma diminuição do teor de matéria orgânica do solo. Cultivar solos com monocultura não pode ser mais utilizada nos dias de hoje. É preciso diversificar e fazer a rotação de culturas. Soja e soja, todos os anos, deve ser esquecido pelo produtor. É preciso intercalar outras culturas, as quais só trarão benefícios para o produtor, tanto do ponto de vista de melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, bem como, na economia do emprego de defensivos químicos e fertilizantes minerais. Um solo bem estruturado, poroso, com bom teor de matéria orgânica e de nutrientes, e uma vida microbiana atuante e bem concentrada, só proporcionará vantagens e rentabilidade econômica para o produtor. "A tônica é não plantar sempre a mesma cultura". O produtor pode intercalar o plantio de milheto, feijão, sorgo, aveia preta, lab-lab e tantas outras. As leguminosas têm um papel importante pois possuem bactérias que promovem a fixação simbiótica do nitrogênio do ar trazendo um aporte deste nutriente para o solo. A utilização de aveia preta, para recobrir o solo, apresenta vantagens, como a diminuição da movimentação de terra causada pelo vento, a erosão eólica. O produtor deve usar, na rotação, plantas que apresentem diferentes exigências nutricionais: existem culturas exigentes em nitrogênio (N), e outras exigentes em fósforo (P), potássio (K), etc. Para isto, num plano de rotação de culturas, deve procurar a orientação técnica da sua região. Além das diferentes exigências nutricionais, o produtor deve usar plantas que apresentem maior produção de massa verde pensando em deixá-la no solo ou incorporá-la, após a colheita.
4. Florestas diversificadas - Agro-florestas

As Agro-florestas consistem no plantio de espécies entre árvores, como feijão guandu, que proporcionarão maiores teores de matéria orgânica. Isto é feito durante quatro a cinco anos. A utilização de leguminosas arbustivas, como leucena, acácia, desmodium, na recuperação de solos degradados é outra forma de manejo. As plantas, que funcionam como adubo verde, servirão para a recuperação do solo. Depois de conseguir o aumento da fertilidade do solo, o produtor poderá pensar em plantar outras espécies que lhe tragam maior retorno econômico. A idéia de só tirar do solo não é mais tolerável - é preciso devolver.
5. A integração lavoura-pecuária-floresta

A utilização de árvores e pastagens para o gado é outra forma de manejo para conter a erosão do solo. A recuperação do solo vai proporcionar um pasto rico em nutrientes para o gado: os animais engordam mais rápido, e o produtor tem outra fonte de renda oriunda da venda da madeira das árvores. Com pastos mais produtivos, o produtor poderá aumentar a lotação, ou seja, mais cabeças/ha/ano. Acrescentando a exploração de lavouras, na propriedade, o trinômio lavoura-pecuária-floresta está formado. E recursos não faltam, em termos de crédito: os programas PRODUSA, ABC. A integração lavoura-pecuária, por exemplo soja no verão e pastagens no inverno traz uma série de benefícios: aumento da produtividade da soja, diminuição do uso de agrotóxicos, melhoria da fertilidade pelo acúmulo de matéria orgânica, renovação do ciclo dos nutrientes e aumento na eficiência dos fertilizantes.





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