1. Introdução
O tomate é uma das hortaliças de maior importância econômica no Brasil, sendo um alimentos constantemente presente na dieta dos brasileiros. Por isso existe uma grande e constante necessidade de se obter a máxima produtividade da cultura. Para obtenção de produtividades satisfatórias devem ser aliadas as condições edafoclimáticas, a genética e o controle ambiental adequados.
Desta forma, diversos fatores afetam a produtividade de tomateiros. A adubação foliar constitui uma importante técnica agronômica para a cultura de tomate. Ela consiste em fornecimento imediato de nutrientes através da parte aérea das plantas. Isso possibilita a correção de deficiências nutricionais antes que o período de deficiência acarrete reduções drásticas na produtividade. Alem de também possibilitar melhor aproveitamento dos nutrientes pois os nutrientes pulverizados, desde que pulverizados corretamente para q não haja escorrimento da calda, não sofrem as mesmas perdas que ocorrem com nutrientes aplicados no solo (fixação e lixiviação)
As doses de adubação foliar, bem como os nutrientes a serem aplicados devem ser estabelecidos através de experimentos e mediante amostragem e análise de tecido filiar.
O tomateiro é considerado, dentre as hortaliças, uma das espécies mais exigentes em adubação. Portanto, conhecer as exigências nutricionais, os principais sintomas de deficiências e o modo de corrigi-las é fundamental para o êxito da cultura (SILVA et al., 20??).
2. Revisão de Literatura
Na cultura do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill) e do pimentão (Capsicum annuum L.), espécies olerícolas pertencentes à família Solanaceae, de alto valor econômico, a aplicação de fertilizantes foliares, incluindo o Ca e o B, tem sido praticada pelos produtores, visando o aumento de produção e a qualidade dos frutos (PEREIRA; MELLO, 2002).
2.1 Elementos recomendados
Segundo Silva et al. (20??) a quantidade de nutrientes extraída pelo tomateiro é relativamente pequena, mas a exigência de adubação é muito grande, pois a eficiência de absorção dos nutrientes pela planta é baixa. Para os fertilizantes fosfatados, por exemplo, a taxa de absorção é de aproximadamente 10%. O restante fica no solo, na forma de resíduo, podendo ser absorvido por plantas daninhas, ser transportado pela água ou ser retido por partículas do solo.
Como já citado, os elementos mais comuns em recomendações de adubação foliar para tomateiro são cálcio (Ca) e boro (B). Pela análise foliar, pode-se conhecer o estado nutricional da planta. Os níveis mais adequados estão na Tabela 1.
Tabela 1. Níveis adequados de nutrientes obtidos em análise foliar de tomateiro.
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Nutriente | Teor (%) | Nutriente | Teor (ppm) |
Nitrogênio | 4,0 a 6,0 | Boro | 50 a 70 |
Fósforo | 0,25 a 0,75 | Zinco | 60 a 70 |
Potássio | 3,0 a 5,0 | Cobre | 10 a 20 |
Cálcio | 1,5 a 3,0 | Manganês | 250 a 400 |
Magnésio | 0,4 a 0,6 | Ferro | 400 a 600 |
Enxofre | 0,4 a 1,2 | | |
Fonte: Silva & Giordano, 2000.
2.2 Mobilidade dos Elementos no Floema e Funções na Planta
Para definir as doses, a freqüência e como será feita a adubação filiar é preciso saber a mobilidade do nutriente via floema.
O cálcio é o principal nutriente recomendado para adubação via pulverização para tomate. Sua deficiência é apresentada principalmente nos frutos pois sua mobilidade via floema tende a ser baixa. Logo, o cálcio absorvido pelas raízes é translocado via xilema para as áreas que apresentam grandes taxas transpiratórias da planta. Sendo então, difícil sua translocação para os frutos (por apresentarem baixas taxas transpiratórias).
2.2.1 Funções do Cálcio e do Boro no tomateiro
Cálcio: Estrutural (pectato de cálcio), Cofator enzimático e Balanço de Cargas
Boro: Estrutural (componente de membrana).
2.3 Porque esses elementos são recomendados para essa cultura.
Como já dito anteriormente, dando como exemplo o cálcio, o boro também tem sua mobilidade no floema sendo de maneira geral baixa. Segundo Araújo (2004) À medida que os frutos começam a se desenvolver, há um incremento na absorção de nutrientes pelas plantas. As folhas são, até este estádio, os órgãos da planta com maior concentração de nutrientes e massa seca. A partir de então alguns nutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio passam gradativamente a se acumular em maior quantidade nos frutos.
Dessa forma, a grande demanda de nutrientes imóveis via floema pelos frutos, tem dificuldades para ser suprida, pois como já dito estes nutrientes caminham em direção a áreas de maior transpiração e a taxa transpiratória dos frutos é baixa.
2.4 Principais sais para fornecimento de Cálcio e Boro (ANEXO II. Legislação dos Fertilizantes)
Cálcio: Cloreto de cálcio: (min. de 24% de Cálcio); Sulfato de Cálcio (min. de 16% de Ca e 13% de Enxofre)
Boro: Bórax Pentahidratado (min. de 13% de boro), Bórax decahidratado (min. de 10% de boro) e Ácido Bórico (min. de 17% de boro)
2.5 Reações do Cálcio e do Boro no solo
Cloro: No solo, quando os silicatos se decompõem sob influência de água e do CO2, ocorre a liberação de Ca2+ na forma solúvel, que pode ser absorvido pelas plantas. Normalmente, os íons de cálcio encontram-se adsorvidos aos colóides do solo, notadamente nas argilas do tipo 2:1 (BARBER[1], 1967 citado por GOMES et al., 2008).
Boro: O boro, abaixo de pH 7,0, é encontrado no solo principalmente como B(OH)3 . Apenas acima desse valor de pH é que a espécie B(OH)4- começa a aparecer (CARMARGO, 20??).
Ainda segundo Camargo (20??), diversas propriedades do solo influenciam a adsorção do boro: pH, quantidade de óxidos de ferro e de alumínio, teor de argila, superfície específica e quantidade de matéria orgânica.
2.6 Dose e modo de aplicação
Cloro: Segundo Filgueira et al. (1999), caso ocorra de deficiência de Cálcio (observada pela ?podridão apical?) , deve-se fazer pulverizações direto nos frutos com solução 6g/L de cloreto de cálcio comercial semanalmente, enquanto persistir a ocorrência e frutos novos.
Boro: Segundo Cardozo et al., a solução contendo boro 150g de boro em 100 L de água se apresenta mais eficiente.
Referências
ANEXO II. Especificações dos fertilizantes minerais simples. Disponível em: < http://www.agrolink.com.br/fertilizantes/arquivos/instrucoes_normativas/in_05_2007_anexoII%5B1%5D.pdf>. Acesso em: 10 de abril de 2012.
ARAÚJO, W. P.. Aspectos Nutricionais da Cultura do Tomateiro. Disponível em: . Acesso em: 02 de abril de 2012.
CAMARGO,O. A.. Reações e Interações de Micronutrientes no Solo. Disponível em:
. Acesso em: 10 de abril de 2012.
CARDOZO, V. P. et al.. Adubação foliar com cálcio e boro na cultura do tomate (Lycopersicum esculentum Mill). Disponível em: < http://189.20.243.4/ojs/ecossistema/viewarticle.php?id=9>. Acesso em: 03 de abril de 2012.
FILGUEIRA, F. A. R. et al.. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação. Pags. 217 e 218. Comissão de Fertilidade do solo de Minas Gerais. Viçosa, 1998.
SILVA et al.. Nutrição e Adubação. Disponível em:
. Acesso em: 05 de abril de 2012.
GOMES, M. A. F. et al.. Documentos 66 : Nutrientes Vegetais no Meio Ambiente: ciclos bioquímicos, Fertilizantes e corretivos. Seg. Edição. Embrapa Meio Ambiente
Jaguariúna, SP. 2008.
PEREIRA, Hamilton S.; MELLO, Simone C.. Aplicações de fertilizantes foliares na nutrição e na produção do pimentão e do tomateiro. Hortic. Bras., Brasília, v. 20, n. 4, Dec. 2002 . Disponível em: . Acesse em: 05 de abril de 2012.
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