Muitas vezes o produtor rural de depara com sobras de fertilizantes estocados na propriedade. A alternativa que lhe vem à mente é como aproveitá-los e obter uma fórmula de fertilizante para aplicar na sua propriedade. Ele deverá consultar um Engº. Agrônomo que calculará as quantidades de matérias-primas estocadas, as quais proporcionarão a obtenção de formulação de fertilizante. Por exemplo: o produtor possui na sua propriedade sobras de superfosfato simples, superfosfato triplo, ureia, sulfato de amônio e cloreto de potássio. A formulação mais utilizada na propriedade é a20-07-20.
A primeira coisa que devemos conhecer é a garantia do nutriente que cada produto
oferece. Isso pode ser visualizado nas respectivas sacarias.O superfosfato simples tem como garantia mínima 18% de P2O5; o superfosfato triplo, 41% de P2O5 a ureia, 44% de N; o sulfato de amônio, 20% de N e o cloreto de potássio, 58% de K2O. Essas garantias citadas são referente àquelas preconizadas pela Legislação Brasileira de Fertilizantes. Podemos encontrar garantias maiores, mas nunca menores. As matérias-primas que apresentarem garantias menores que o mínimo não podem ser registradas e, portanto, não podem ser comercializadas. Daí, o motivo que citei de verificar na embalagem a real garantia do nutriente, pois podemos encontrar cloreto de potássio (KCl) com 60% de K2O, ureia com 44% de N, etc...
Mas vamos ao nosso exercício. Sempre devemos começar pelo potássio, porque a matéria-prima mais utilizada é o cloreto de potássio. Existem culturas, como o fumo, que demandam o emprego de sulfato de potássio (50% K2O) como fonte do nutriente K.
As formulações são calculadas para 1.000 kg. Quando se fala de uma formulação 20-07-20 queremos dizer que ela possui 20% de N, 7% de P2O5 e 20% de K2O Estamos falando de porcentagem. Então, em cada 100 kg dessa formulação, teremos 20 kg de N, 7 kg de P2O5 e 20 kg de K2O.
Com as matérias-primas é a mesma coisa. O superfosfato triplo tem, no mínimo, 41% de P2O5 Isto quer dizer que em 100 kg do produto teremos 41 kg de P2O5 e numa tonelada (1.000 kg) teremos 410 kg de P2O5 Com as outras matérias-primas o raciocínio é o mesmo.
Então:
Em 1000 kg de KCl (58%) temos ................. 580 kg de K2O
Quanto (X) de KCl para obter....................... 200 kg de K2O (*)
(*) Usamos 20 x 10 = 200 porque estamos trabalhando com uma tonelada de formulação.
X = (200 x 1.000) / 580
X = 345 kg de cloreto de potássio
Então, 1.000 kg - 345 kg = 655 kg que faltam para completar a tonelada e que serão utilizados com as matérias-primas nitrogenadas e fosfatadas.
Quanto ao nitrogênio (N) precisamos de 20% na formulação, ou seja, 200 kg de N na tonelada.
Em 1.000 kg de ureia (44%) temos ................ 440 kg de N
Quanto (X) de ureia para obter ...................... 200 kg de N
X = (200 x 1.000) / 440
X = 455 kg de ureia
Logo, 655 kg - 455 kg = 200 kg que faltam para completar os 1.000 quilos de mistura.
Já temos o K2O e o N. Está nos faltando o P2O5. Vamos tentar com o superfosfato triplo.
Em 1.000 kg de superfosfato triplo (41%) temos ...... 410 kg P2O5
Quanto (X) de superfosfato triplo para obter ............ 70 kg P2O5
X = (70 x 1.000) / 410
X = 170 kg de superfosfato triplo
Conclusão
Para misturar as matérias-primas estocadas na propriedade rural, a fim de obter a formulação 20-07-20, precisamos de 345 kg de cloreto de potássio (KCl), 455 kg de ureia e 170 kg de superfosfato triplo. Somando essas quantidades, obtemos 970 kg. Para completar os 1.000 kg da formulação devemos completar os 30 kg que faltam, com um material inerte.
Se quisermos usar os 200 kg com superfosfato triplo teríamos uma formulação 20-08-20. Ou seja:
(200 kg x 41) / 1000 = 8,2 ou 8%