Agronomia
Como Interpretar a Análise do Solo - Parte 3
Como Interpretar a Análise do Solo - Parte 3
RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO
Esta publicação encerra a série "Como interpretar uma análise de solo", na qual abordaremos como encontrar a recomendação de adubação para determinada cultura. Cada Estado brasileiro tem o seu manual de recomendação de calagem e adubação baseado em resultados de pesquisas realizados a campo e calibrados. As recomendações das quantidades de nutrientes atendem um objetivo econômico, ou seja, a melhor produção em resultados econômicos. A Lei dos Retornos Decrescentes diz que "a medida que aumentamos a quantidade de adubos, a planta aumenta, também, a produção até um limite a partir do qual as respostas à aplicação de fertilizantes é menor ou quase nula, ou seja, aplica-se mais adubo e as produções não crescem proporcionalmente. Nos manuais de recomendação de adubação são
estabelecidas faixas de disponibilidades de nutrientes baseadas em resultados de pesquisa a campo. O rendimento das culturas em diferentes tipos de solos, através de vários anos, é relacionado com os teores de nutrientes encontrados no solo. A calibração é um método de análise, ou seja, a relação entre o teor no solo e o rendimento da cultura. Nas curvas de calibração é determinado o "ponto crítico" acima do qual a resposta da cultura à adição de fertilizantes e corretivos é pequena ou nula. "Quanto menor o teor do nutriente no solo, maior será a resposta da cultura à aplicação de um fertilizante - à adubação". Por isto que solos que apresentam teores de nutrientes muito baixos, baixos, ou seja abaixo do ponto crítico, respondem satisfatoriamente, em aumento de produção, à aplicação de um adubo nitrogenado, fosfatado, potássico ou um adubo completo NPK. Solos com teores de nutrientes classificados como altos ou muito altos apresentam menor resposta à adubação.
Na Tabela 2 temos sugestões de adubação para a cultura do milho no Estado do Paraná, para solos com mais de 360 g/kg (ou 36%) de argila. O leitor poderá visualizar as faixas que comentamos acima e os teores de cada uma delas. Podemos deduzir que para o fósforo, o ponto crítico é 4,6 mg/dm/dm³ (limite inferior da faixa alto) e para o potássio (K), o ponto crítico é 0,31 cmolc/dm³. Cada Estado tem tabelas semelhantes a esta e que devem ser utilizadas por quem deseja recomendar uma adubação para determinada cultura. Cada cultura da região tem a sua própria adubação.
Na publicação "Como interpretar a análise do solo - PARTE 1", o leitor poderá ver que o solo, objeto desta publicação, apresenta um teor de fósforo (P) de 4,0 mg/dm³ e potássio (K) de 0,06 cmolc/dm³.
Pela Tabela 2, o fósforo estaria enquadrado na faixa médio e a quantidade recomendada é de 60 a 90 kg/ha de P2O5, e o potássio se enquadraria na faixa baixa com uma recomendação de 60 a 70 kg/ha de K2O. O nitrogênio (N) estaria em uma tabela própria de acordo com o teor de matéria orgânica no solo.
Então, para este solo as recomendações seriam 90 kg/ha de P2O5, 70 kg/ha de K2O e vamos supor 20 kg/ha de N (no plantio). Teremos, então, uma relação NPK igual a 20-90-70. Dividindo todos por 20, teremos uma relação simplificada: 1 - 4,5 - 3,5.
Multiplicando esta relação por números inteiros 1,2,3.....6,7...etc, vamos ter diferentes formulações de fertilizantes que serão capazes de fornecer estas quantidades de nutrientes conforme as quantidades encontradas de adubo.
Por exemplo, multiplicando por 6 teremos uma formulação 06-27-21. Por 5, teremos 05-22-17.
Para encontrar a quantidade, dividimos a quantidade recomendada do nutriente pelo sua respectiva percentagem na formulação e multiplicamos o resultado por 100.
Então, 20 N / 5 N = 4 x 100 = 400 kg/ha da formulação 05-22-17
20 N / 6 N = 3,3 x 100 = 330 kg/ha da formulação 06-27-21
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