A agricultura e a biotecnologia se aliaram para tornar o cultivo de plantas mais eficiente. Pragas, doenças e problemas climáticos, por exemplo, sempre foram obstáculos à produção de alimentos. Porém, a engenharia genética permitiu a criação de tecnologias que reduzem as perdas e aumentam a produtividade das lavouras.
Esta associação já permitiu o desenvolvimento de espécies vegetais resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. As variedades geneticamente modificadas (GM) ou transgênicas proporcionam melhoria das práticas de cultivo e incremento na quantidade e na qualidade dos produtos agrícolas, reforçando a renda dos produtores e favorecendo o crescimento econômico.
No caso das plantas transgênicas tolerantes a herbicidas ou resistentes a insetos, a vantagem é a facilitação do manejo de plantas e insetos invasores, o que resulta na redução da quantidade de aplicações de defensivos químicos. Já existem vegetais que apresentam estas duas características reunidas e que representam uma alternativa eficiente para os agricultores. Além das vantagens agronômicas, essas variedades favorecem a preservação da biodiversidade e diminuem a necessidade de ampliação da área plantada, com diminuição nas perdas no campo.
Cientistas de todo o mundo trabalham também no desenvolvimento de plantas com características complexas modificadas, cuja expressão envolve vários genes, a exemplo da tolerância ao estresse hídrico (seca). O futuro também aponta para a criação de vegetais transgênicos, que contenham propriedades nutricionais melhoradas ou que produzam medicamentos.
Alimentação
Estima-se que quase 100% dos de todos os alimentos processados contenham pelo menos um ingrediente derivado de soja ou milho, duas das culturas para quais foram desenvolvidas mais variedades transgênicas. Segundo o relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), em 2011 foram plantados 160 milhões de hectares com OGMs. Desse total, 79% são cultivos de soja e milho transgênicos. No Brasil, que ocupa o segundo lugar em área plantada com sementes provenientes da biotecnologia, com 30,3 milhões de hectares, a taxa de adoção da soja e milho GM é de 82,7% e 64,9% respectivamente.
Há mais de 25 anos, bactérias, leveduras e fungos GM atuam diretamente nos processos de fermentação, preservação e formação de sabor e aromas de muitas bebidas e alimentos do dia-a-dia, a exemplo de queijos, carnes embutidas, picles, pães, massas, cerveja, vinho, sucos e adoçantes.
À medida que os cientistas fazem novas descobertas, outras características e variedades estão sendo incluídas na lista de alimentos transgênicos. O Brasil, por exemplo, se destaca no cenário internacional por ter aprovado a primeira variedade GM de feijão do mundo, desenvolvida inteiramente em uma instituição pública de pesquisa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Esse feijão é resistente ao vírus do mosaico dourado, causador de uma doença que prejudica seriamente a produtividade das plantações dessa leguminosa.
Ao redor do mundo, há pesquisas com arroz, banana, beterraba, cana-de-açúcar, laranja, mamão, mandioca e muitas outras plantas. O objetivo é expressar nessas espécies as mais diferentes características a exemplo de outras resistências a insetos, fungos e vírus, tolerância a outros princípios ativos e à seca, além de melhorias em suas composições nutricionais.
Transgênicos
Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série de testes que avaliam sua segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal.
Diversas organizações internacionais de renome apoiam a biotecnologia e os produtos derivados do uso dessa técnica. Entre elas estão a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Academia de Ciências do Vaticano, a Agência de Biotecnologia da Austrália e a Agência de Controle de Alimentos do Canadá.
No Brasil, a Lei de Biossegurança (Lei no 11.105/05) exige que qualquer organismo geneticamente modificado passe pela avaliação criteriosa da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, a CTNBio.
Cientistas de instituições de pesquisa nacionais e internacionais já divulgaram relatórios técnicos apoiando a adoção de plantas transgênicas na agricultura como uma forma de contribuir para o aumento sustentável da produção de alimentos. Esses pareceres científicos separam o que é mito ideológico do que é verdade científica.
Fonte http://cib.org.br/biotecnologia/agricultura/ Postado por Elvys Cabral
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